Artigos desenvolvidos especialmente para o jornal

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Assinaturas: fritz.utz@gmail.com - Fritz Utzeri

Capítulo 1

A UNÇÃO DO PRÍNCIPE DUNGA

Há alguns anos, estavam os deuses reunidos em assembleia no Olimpo, no Palácio de Zeus, quando Atenas, também chamada de Ateneia, aquela que todos consideram como sendo a Sua filha predileta, com os olhos cintilantes, pede a palavra:

- Rei dos Reis, Senhor dos Senhores, Tu, que tudo sabes, hás de concordar! Embora, o general Lazaroni nunca tenha nos dado problema, nada tenho a dizer em sua defesa. Entretanto, gostaria de chamar a atenção para um de seus guerreiros, o sagaz Dunga! Sinto-me ansiosa por sua causa. Ele está desventurado, abandonado no meio de tanto sofrimento, quando apenas teimava em lutar.

Ao que o pai dos deuses e dos homens, que alguns chamavam também de Júpiter, respondera-lhe com o coração aflito:

- Vede! Vede como os homens mortais lançam sempre a culpa sobre nós, os deuses! Somos a fonte do mal, eles dizem, quando na realidade, deveriam atribuir à própria fraqueza, o fato das desgraças, que se abatem sobre eles, serem piores do que acreditam suportar. Atentai para isso: Lazaroni fez o que não devia ter feito! Para tentar fugir do próprio destino, jogou para o ombro de outrem a responsabilidade de um fracasso iminente, embora tivesse plena consciência de que isso só sacramentaria a própria ruína!

- Oh, Pai todo Poderoso! Senhor dos Senhores, que Lazaroni pague com a própria moeda, que ele seja levado ao ostracismo. Porém, Rei dos Reis, não poderias dedicar um pensamento olímpico ao Dunga e livrá-lo da maldição de dar o próprio nome a uma era de intensa mediocridade? Não lhe deves uma retribuição por sempre sacrificar-se pelos companheiros de batalha. Por que tanta má vontade, Senhor dos Senhores, contra o meu predileto!


- Como deixas escapar da boca essas palavras, minha filha? Como eu poderia me esquecer do bravo Dunga. Ele é o mais diligente guerreiro do exército brazucano. Porém, contra ele, há o ódio de Afrodite. Ela quer mostrar-lhe a importância da beleza, dos movimentos estéticos, que ele tanto reluta em aceitar. Para ele, só importa a vitória, esquecendo-se de que a forma pela qual essa é conquistada, faz toda a diferença! Ora, minha filha, sabemos que é a beleza do espetáculo que eterniza uma conquista.

- Rei dos Reis, Senhor dos Senhores! Se todos os deuses aqui presentes concordarem em libertá-lo de Afrodite, peço-Lhe que envie nosso mensageiro para promover as boas novas.

E assim ocorreu....
Dunga daria, assim, a volta por cima nos campos de peleja. Mas, sem conseguir escapar da ira de Afrodite. A deusa da Beleza, também conhecida como Vênus, levou para suas terras, tirando da luta, o soldado mais charmoso e de movimentos mais delicados da época: o Raí, irmão de Sócrates, o Filósofo do Parque! Assim, Dunga e companhia teriam de lutar sem brilho, o que deixaria para sempre uma mancha no sucesso obtido.

A reconquista do mundo pelos brazucas, veio com a sempre oportuna intervenção de Ateneia, que conseguiu convencer Zeus a liberar o soldado Romário, que estava preso nas terras de Dionísio, também chamado de Dioniso. Embora fosse considerado marrento pelos demais mortais, por não ter o hábito de se preparar para as grandes batalhas, tratava-se de um dos mais hábeis fuzileiros de que o mundo dos homens teve notícia. O deus da vida dissoluta, também conhecido pela alcunha de Baco, havia resolvido mantê-lo perto de si, por acreditar que o genial guerreiro de pequena estatura fosse seu filho, contraído em núpcias com alguma mortal!

Pois, do elo de amizade, então inimaginável entre estilos tão opostos como Dunga e Romário, sob o comando de Carlos Alberto, o Príncipe das Videiras, o exército verde-amarelo venceu a guerra, cuja disputa final ficou conhecida como a Batalha de Los Angeles.

Conforme relato de Jorge Eufranor, o tempo passou...
Dunga saciava a fome com as riquezas das terras recebidas pelas honras conquistadas. Quando o mesmo Carlos Alberto, a quem havia servido, caia perante um exército azul comandado por Zinédine, o Zidane! Nova intervenção de Atenas fez com que todos acreditassem que a derrota fora motivado pela falta de disciplina e comprometimento do exército com a Causa Maior. No entanto, tudo ocorrera por má influência de Dioniso, que se vingara da reconquista do mundo ocorrida há poucos anos, sem a presença de seu predileto fuzileiro, em guerra capitaneada pelo Grande Scolari, o Príncipe das Bombachas.

Assim, Dunga era chamado novamente e, agora ungido Príncipe dos Pampas, seria o comandante supremo do exército Brazuca. Agradecendo, então, a proteção providencial de Ateneia, o novo príncipe, exclama em oração, olhando para a Luz que o acompanha, em seu mais característico dialeto dunguês:


Diante do que, Atenas prevê que seu trabalho estaria apenas começando. A jornada seria longa... Mas, isto já é história para um próximo capítulo a ser narrado por Jorge Eufranor.

Aguardem.....
postado em 30/05/10