
- Rei dos Reis, Senhor dos Senhores, Tu, que tudo sabes, hás de concordar! Embora, o general Lazaroni nunca tenha nos dado problema, nada tenho a dizer em sua defesa. Entretanto, gostaria de chamar a atenção para um de seus guerreiros, o sagaz Dunga! Sinto-me ansiosa por sua causa. Ele está desventurado, abandonado no meio de tanto sofrimento, quando apenas teimava em lutar.
Ao que o pai dos deuses e dos homens, que alguns chamavam também de Júpiter, respondera-lhe com o coração aflito:
- Vede! Vede como os homens mortais lançam sempre a culpa sobre nós, os deuses! Somos a fonte do mal, eles dizem, quando na realidade, deveriam atribuir à própria fraqueza, o fato das desgraças, que se abatem sobre eles, serem piores do que acreditam suportar. Atentai para isso: Lazaroni fez o que não devia ter feito! Para tentar fugir do próprio destino, jogou para o ombro de outrem a responsabilidade de um fracasso iminente, embora tivesse plena consciência de que isso só sacramentaria a própria ruína!
- Oh, Pai todo Poderoso! Senhor dos Senhores, que Lazaroni pague com a própria moeda, que ele seja levado ao ostracismo. Porém, Rei dos Reis, não poderias dedicar um pensamento olímpico ao Dunga e livrá-lo da maldição de dar o próprio nome a uma era de intensa mediocridade? Não lhe deves uma retribuição por sempre sacrificar-se pelos companheiros de batalha. Por que tanta má vontade, Senhor dos Senhores, contra o meu predileto!
- Como deixas escapar da boca essas palavras, minha filha? Como eu poderia me esquecer do bravo Dunga. Ele é o mais diligente guerreiro do exército brazucano. Porém, contra ele, há o ódio de Afrodite. Ela quer mostrar-lhe a importância da beleza, dos movimentos estéticos, que ele tanto reluta em aceitar. Para ele, só importa a vitória, esquecendo-se de que a forma pela qual essa é conquistada, faz toda a diferença! Ora, minha filha, sabemos que é a beleza do espetáculo que eterniza uma conquista.
- Rei dos Reis, Senhor dos Senhores! Se todos os deuses aqui presentes concordarem em libertá-lo de Afrodite, peço-Lhe que envie nosso mensageiro para promover as boas novas.
E assim ocorreu....

A reconquista do mundo pelos brazucas, veio com a sempre oportuna intervenção de Ateneia, que conseguiu convencer Zeus a liberar o soldado Romário, que estava preso nas terras de Dionísio, também chamado de Dioniso. Embora fosse considerado marrento pelos demais mortais, por não ter o hábito de se preparar para as grandes batalhas, tratava-se de um dos mais hábeis fuzileiros de que o mundo dos homens teve notícia. O deus da vida dissoluta, também conhecido pela alcunha de Baco, havia resolvido mantê-lo perto de si, por acreditar que o genial guerreiro de pequena estatura fosse seu filho, contraído em núpcias com alguma mortal!
Pois, do elo de amizade, então inimaginável entre estilos tão opostos como Dunga e Romário, sob o comando de Carlos Alberto, o Príncipe das Videiras, o exército verde-amarelo venceu a guerra, cuja disputa final ficou conhecida como a Batalha de Los Angeles.
Conforme relato de Jorge Eufranor, o tempo passou...

Assim, Dunga era chamado novamente e, agora ungido Príncipe dos Pampas, seria o comandante supremo do exército Brazuca. Agradecendo, então, a proteção providencial de Ateneia, o novo príncipe, exclama em oração, olhando para a Luz que o acompanha, em seu mais característico dialeto dunguês:

Diante do que, Atenas prevê que seu trabalho estaria apenas começando. A jornada seria longa... Mas, isto já é história para um próximo capítulo a ser narrado por Jorge Eufranor.
Aguardem.....
postado em 30/05/10