Artigos desenvolvidos especialmente para o jornal

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Assinaturas: fritz.utz@gmail.com - Fritz Utzeri

Capítulo 3

PREPARATIVOS FINAIS

O príncipe Dunga acorda e observa seus homens ainda dormindo sobre uma relva verde e aprazível. Pensa na longa trajetória que percorreu até esse momento. Sente-se poderoso por já estar nas Savanas. Em breve, estará comandando o exército brazucano na Grande Guerra.

Ele se levanta e chama seu auxiliar e seu capitão. Enquanto seus principais assistentes comandam o toque de levantar, o Príncipe dos Pampas examina a movimentação com um olhar de admiração. Alguns minutos depois, une-se ao grupo para que todos possam fazer em conjunto as tradicionais orações matinais.

Após esse longo ritual diário, antes de qualquer atividade, o capitão Lúcio pede a palavra e, aos berros, batendo no próprio peito, diz:

- Estamos aqui por nossos próprios méritos e, claro, por graça e obra dos deuses, a quem agradecemos muito. Somos uma família. Aqui é um por todos e todos por um. Temos que estar fechados uns com os outros. Vamos, em breve, partir para as batalhas com muita determinação. Somos um grupo de homens com atitude. Vamos com muita garra e muita disposição. Não podemos nos esquecer de nossas verdadeiras famílias, de nossos filhos, de nossas queridas esposas, de nosso lar, de tudo o que estamos deixando de lado neste momento; no entanto, precisamos continuar focados, pois só assim os deuses nos abençoarão com a glória final. Exército é doação e comprometimento. Isto é a nossa pátria!

Dunga sorri satisfeito com o aprendizado do pupilo e diz ao grupo em seu peculiar dialeto, conhecido como dunguês:

- Que belo discurso, oh bravo Lúcio. Que palavras tão bem colocadas. Nem eu seria capaz de fazer papel melhor. Vejo cada um de vocês, soldados, com sangue nos olhos. Estou bastante satisfeito, bastante animado. Com nós, determinação é tudo! Todos vocês são minha linha de frente. Se não posso enviar ao front todos ao mesmo tempo, quero que entendam que a culpa não é minha, mas da tática e da técnica.

Após tão complexo raciocínio, ele chama o seu auxiliar, Jorge – o Pastor, para uma prosa em particular.

- Jorginho, não irei espalhar, pois a prudência é sempre aconselhada em relação a nossos bravos rivais platinos, mas Ateneia revelou-me em sonho algumas das formas de motivação que foram utilizadas pelos comandantes deles. Estou incrédulo e rindo até agora.

- Quando regressarmos vitoriosos, vamos, então, construir um rico templo, em honra da deusa da sabedoria, em agradecimento por sempre te iluminar, oh sagaz príncipe.

- Saiba, honrado auxiliar, que o Príncipe Dieguito - o Maradona, que dizem ter as mãos e pés de Zeus e o nariz de Dioniso, também chamado de Baco, prometeu que ficaria desnudo publicamente em caso de triunfo final de seu esquadrão. Quem você acredita que se motivará assim? Nem o esquisito exército de La Plata, não acha?

Jorginho quase se engasga de tanto rir, imaginando a cena. Dunga, então continua:

- E não ficou só nisso, não.... O vice-príncipe Bilardo, imagine, ofereceu sua “la colita” (sic) para aquele soldado que mais contribuir para uma eventual vitória final deles.

- Mas, o que é isso!!! Com motivadores assim, nosso trabalho será bastante facilitado.

Após gargalharem juntos, Jorginho lembra que, enquanto os brazucanos contam com a sempre atenta vigilância do Lúcio e, claro, deles dois, há notícias de várias ninfas e musas desfilando com os soldados do exército azul e branco. Ao que o Príncipe Anão filosofa:


Ao ouvir tamanho impropério, Afrodite, a deusa do amor, também chamada de Vênus, pediu a preciosa ajuda de Ares, igualmente conhecido por Marte, o deus da guerra. Afinal, das outras vezes, a proteção de Atenas, ou Ateneia, ou ainda Minerva, havia se revelado bastante eficaz. Eles resolveram, então, agir de forma indireta, afinal tratava-se de um protegido da filha predileta de Zeus, o deus dos deuses. Assim, Marte aparece para Kim Jong-il e o convence de que seu exército poderia surpreender os brazucanos.

Algum tempo depois, lá no acampamento verde-amarelo, escutou-se um forte estrondo e sons emitidos por uma corneta utilizada pelo povo local, a vuvuzela. Os soldados olharam e viram que o batalhão vermelho se aproximava. Pronto! A Grande Guerra das Savanas estava prestes a começar....

O que acontecerá? O Príncipe Dunga será bem sucedido com suas peculiares filosofias, ou Afrodite e seu amante, Marte, conseguirão finalmente retirá-lo dos campos de batalha? É o que veremos a partir das próximas narrações de Jorge Eufranor, fielmente transcritas para o MONTBLÄAT por Jorge Edmundo F Farah e revisadas por Lucena S Brigth.
Aguardem....

postado em 12/06/10