Os exércitos estão prontos! O silêncio vai tomando conta de tudo. Já não existe noção de tempo. Os combatentes esqueceram-se das coisas que ficaram no passado. A Grande Guerra das Savanas está começando para os Brazucanos. O nervosismo é evidente. A ansiedade toma conta de cada um dos soldados ao verem perfilados os inimigos de vermelho. Tudo mais esvaíra-se em efemeridade.
Ao pressentir a presença de Marte, também conhecido por Ares, o deus da guerra, o príncipe Dunga invoca a proteção de Ateneia, igualmente chamada de Atenas ou Minerva. Ambos os deuses são filhos de Zeus, o deus dos deuses, mas não venerados com igual devoção.
Marte, sabedor das estratégias bélicas, tem pleno conhecimento da diferença de poderio entre os regimentos verde-amarelo e vermelho. Assim, o deus influencia o rei Kim Jong-il a determinar que seu batalhão fique na defensiva. O objetivo principal seria dificultar ao máximo os avanços dos comandados do Príncipe dos Pampas, para, dessa forma, vencê-los por cansaço nas próximas contendas.
Além da já mencionada ansiedade, o confronto com uma tropa tão determinada e tão “na defensiva” confundiu os brazucanos. Aproveitando-se da distração do príncipe Dunga, que planejava estratégias para conseguir avançar, Ares consegue ferir levemente, mas o suficiente para tirar da luta, os importantes soldados, Ricardo Kaká, o Formoso e Luís Fabiano, o Fabuloso.
O tempo passou e, como já era de se esperar, a vitória foi brazucana, mas não sem sofrer, já no final da batalha, a perda de alguns homens vitimados por um certeiro golpe, desferido pelo arqueiro Ji Yun Nam, o Korea, por meio de uma arma secreta que, segundo difundidas lendas, o todo-poderoso rei vermelho possuía.
Contente com o objetivo alcançado, antes que os demais combates se iniciassem, Marte corre para se deliciar nos braços de Afrodite, que também atende pelo nome de Vênus. Entretanto, surpreendeu-se ao observá-la compenetrada e séria como não costumava ficar.
A deusa da beleza, com um ar de curiosidade, diz ao amante que Ateneia talvez estivesse conseguindo fazer com que o Príncipe Dunga evoluísse em seus conceitos. Para exemplificar, diz:
- Oh, Ares, de tão preocupado com a devastação, com a morte sem glória, com teu reino que são os campos de batalha, nem observaste que o inimigo iniciou, ainda que timidamente, um movimento tático que, se treinado, poderá vir até a se apresentar estético. Não olhe para o presente, veja um pouco mais à frente, na linha do tempo, e poderá perceber que o príncipe anão abriu mão de alguns de seus mais arraigados conceitos, da sua tão aclamada “coerência”.
Enquanto isto, Minerva aparece para Dunga, que lhe diz:
Ao passar a mão sobre seu protegido, ela sorri com brilho nos olhos contemplando a visível evolução dele, que, se ainda não era a ideal, já poderia neutralizar um pouco o ódio de Vênus.
Entretanto, desta vez, não era nenhum deus que estava furioso com o sagaz príncipe, mas poderosos mortais que formavam o clã Marinho, cuja grande influência fora conquistada por meio da obtenção de informações privilegiadas, tendo se transformado em uma espécie de porta-voz oficial do Reino Brazuca. No entanto, nesta Guerra das Savanas, a decisão de Dunga de treinar estratégias às escondidas, sem passar qualquer detalhe do que estava ocorrendo, prejudicava as vantagens da famiglia. Inciava-se, assim, uma terrível conspiração para destronar o atual chefe reinante, enquanto este se ocupava enfrentando inimigos.
Enquanto os soldados descansavam do último triunfo que havia sido mais exaustivo do que o esperado, dois outros exércitos já se aproximavam e, por consequência, novas batalhas já estariam para começar. Conseguirão os brazucanos avançar para o interior das Savanas, superando mais seis batalhões? Ou serão menos otimistas as próximas narrações de Jorge Eufranor, fielmente transcritas para o MONTBLÄAT por Jorge Edmundo F Farah e revisadas por Lucena S Bright.
Aguardem....
Quem quiser saber mais sobre a conspiração do clã Marinho, acesse o Blog do jornalista Lúcio de Castro:
postado em 19/06/10