Na manhã seguinte à vitória contra o Exército de Marfim, Atenas, também conhecida como Ateneia ou, mesmo, Minerva, foi encontrar-se com o Dunga, disfarçada de pastor. Falou sobre as dificuldades que os Brazucanos poderiam encontrar daquele momento em diante e lhe deu alguns conselhos. Garantiu-lhe que obteve sucesso, quando intercedera junto a Zeus, o Deus dos Deuses, pelo retorno de Ricardo Kaká das terras de Marte, chamado de Ares, que o havia levado, conforme relato no capítulo 5. Entretanto, em troca, o Deus da Guerra tinha exigido pelo menos dois importantes guerreiros. Após, muito pensar, o príncipe Dunga cedeu e aceitou trocá-lo por Elano (o esforçado) e Felipe (o bruto) com a intenção oculta de recuperá-los mais tarde.
Poucos dias depois, os brazucanos perfilaram-se diante do batalhão luso, mas não houve o aguardado combate. O príncipe Dunga lembrou-se de palavras que lhe foram ditas pela deusa e solicitou aos seus comandados que não atacassem os inimigos, que, assim, procederiam da mesma forma.
Entretanto, por pouco, a promessa feita à Deusa da Sabedoia não foi descumprida. Lúcio (o capitão) vendo seus companheiros inertes e acreditando observar um ponto fraco no inimigo, preparou-se para o ataque, razão pela qual foi interpelado por seu chefe-maior, em seu característico dunguês:- Oh, bravo Lúcio, bem sei que tu tem fome de vitória. Porém, minhas palavras não foram apenas de sugerimentos, mas de ordenamentos. Se os atacarmos, o que nos aguarda é um horrível perigo. Mantendo a calma, eles nos deixarão passar sem luta!
- És um homem duro, oh Dunga – responde-lhe seu soldado de mais alta patente – Jamais te cansas. Pareces feito de ferro. Mas, teus homens, se continuarem a caminhar e forem atacados mais à frente, não terão como se recuperar do golpe. Seremos aniquilados.
- Oh, Lúcio, logo tu se revela sem fé.Acredita!
Ao ouvir essas palavras, Lúcio, homem reconhecidamente crente em intervenções de forças sobre-humanas, compreendeu que tais palavras foram proferidas graças a interferências divinas. Assim, desistiu do ataque, mas não sem proteger seus companheiros de um eventual golpe adversário. Afinal, astuto, confiava nos deuses mas não em inimigos.
Após tamanho respeito mútuo demonstrado entre povos tão ligados, foi a vez de os guerreiros de uniforme verde-amarelo derrotarem um povo andino comandado por um príncipe louco – o Bielsa.Como era de se esperar, esse povo tão gentil e ordeiro não possuía maiores talentos para questões bélicas e, dessa maneira, foi presa fácil para os impetuosos brazucanos, que, como previra Ateneia, não sentiram a ausência dos gladiadores levados por Marte.
Após a batalha, todos estranharam a aparência de Dunga, serena e calma como há muito não viam. O que estaria acontecendo com o Príncipe dos Pampas? Vendo o espanto estampado no semblante de vários de seus homens, ele assim explicou:
- Com nós, ocorre sempre o mais difícil. Mas já conheço o caminho que estamos trilhando e tenho confiança de que esteja correto. Também obtive a graça de poder ver, por intermédio de Hermes, enviado a pedido de Ateneia, que o povo brazucano tem nos apoiado e está bastante esperançoso em nosso retorno triunfal e, tão esperançoso, que até dissipou as conspirações da famiglia Marinho. As coisas correm tão bem que até consegui ver em um de vocês, o meu reflexo.
Outrossim, Dunga não avisara para não fazê-los baixar a guarda, mas Ateneia havia-lhe revelado que a caminhada rumo ao ponto central das Savanas já estava facilitada. Afinal, a ira de Vênus, também conhecida por Afrodite, tornara-se bem menos intensa (do que o relatado nos capítulos anteriores), uma vez que a Deusa da Sabedoria não havia apreciado em maior grau nenhum outro exército.
Haveria outros segredos divinamente revelados que Dunga ainda mantinha encobertos de seus comandados? É o que veremos nos próximos capítulos da saga narrada por JORGE EUFRANOR, fielmente transcritas para o MONTBLÄAT por JORGE EDMUNDO F FARAH e revisadas por LUCENA S. BRIGHT.
Aguardem... Enquanto isto, um poderoso exército laranja se aproxima.
postado em 02/07/10
